*Por Osmar Gomes dos Santos
Eis a flor de significados múltiplos, sendo um deles, é que as dedicamos a pessoas queridas, amadas. Pessoas que estão ao nosso lado fisicamente, que podem estar longe ou que já estão em outro plano, mas que viverão eternamente em nossas memórias e corações.
Ela simboliza a saudade, paciência, respeito, compreensão, empatia, afeto e gratidão. Por isso, pela passagem de Finados, data em que trazemos à memória, de forma mais intensa e coletiva, pessoas queridas em nossas vidas. Nesse sentido, ofereço uma Astromélia àqueles que guardo com carinho.
Ao presentear, quem o faz traz todo o simbolismo que ela representa. Um forte vínculo entre dois seres, que pode ser visto de formas das mais diversas, como uma poderosa amizade ou mesmo um sentimento de amor.
Ironicamente, a nossa astromélia corre o risco de extinção, frente ao “progresso” urbano, ampliação de áreas agrícolas e o desmatamento. Uma triste constatação em tempos em que a humanidade necessita de paz, união, do fortalecimento de vínculos. Que bom seria que estivesse em abundância, que pudéssemos jogar pétalas sobre as zonas de guerra. Quiçá as guerras pudessem ser travadas apenas com a beleza das flores. Parafraseando a música Dinamite do Amor, eternizada na voz de Amado Batista, plantemos muitas flores para fazer munições e com botõezinhos de Astromélia carregar os canhões.
Poderiam os cientistas extrair sua essência para uma poderosa arma química às avessas, que espalha empatia e amizade? Que tal uma bomba atômica que ao explodir no ar irradia amor para todas as direções?
Voltando à alusão à referida data, evoco todas essas melhores vibrações ao recordar de minha amada MARIA FÉLIX, a quem pude dedicar uma bela Astromélia. Suas qualidades enquanto pessoa se confundem com as próprias características da singela flor, especialmente aquelas que tratam da gratidão e da empatia. Seu aroma, suas cores, seu formato afloram em mim a saudade que me acompanha. Todavia o faço de forma simbólica, posto que ela segue viva em mim nas melhores recordações que posso guardar em meu pequeno vaso.
Em extinção? Talvez. Porém todos nós temos uma muda adormecida em nosso âmago. Um mundo melhor é possível, com mais amor e tolerância. E pode começar com a Astromélia que há em cada um de nós.
Cultivemos mais Astromélias, mas não apenas para deixá-las obscuras em nossos jardins. Espalhemos suas mudas, sua beleza e sua essência para que cheguem a todas as pessoas.
Juiz de Direito da Comarca da Ilha de São Luís. Membro das Academias Ludovicense de Letras; Maranhense de Letras Jurídicas e Matinhense de Ciências, Artes e Letras.