*Por Osmar Gomes dos Santos
A corrida eleitoral teve início. De norte a sul, milhares de candidatos disputam os cargos de Deputado Estadual, Deputado Federal, Senador, Governador e Presidente. Não vou me ater ao papel de cada um, posto que o eleitor certamente já está bem esclarecido sobre o assunto.
Sobre as eleições, quero trazer um outro viés, que é o das pesquisas eleitorais realizadas pelos institutos de pesquisa de opinião, centenas Brasil afora.
Cabe frisar de início que para ter validade e ser divulgada, além da regularidade do instituto, a pesquisa precisa estar registrada junto ao respectivo Tribunal Regional Eleitoral. Se isso não ocorre, ela tem sua divulgação suspensa.
Esse registro é importante e necessário, servindo como uma espécie de mecanismo de controle, uma vez que assegura a aplicação de métodos e técnicas adequadas na apuração da opinião do eleitor. Uma forma de coibir a manipulação.
A pesquisa não é absoluta e jamais será. Ou seja, não obrigatoriamente o resultado divulgado será refletido na apuração ao final do domingo de outubro. No entanto, ela é um importante termômetro social, um espelho do momento político vivido em cada colégio eleitoral.
É fato que a pesquisa responde ao que é perguntado, a forma como é perguntado. A metodologia naturalmente pode implicar em resultados diferentes daquele que as urnas podem apresentar.
No entanto, pesquisa feita simplesmente para agradar algum interesse não se sustenta, assim como perde credibilidade aquele instituto que a realiza. Não é demasia dizer que esse é um fator que contribui para a própria sobrevivência da promotora da pesquisa.
Muitas já são as pesquisas divulgadas, em maior número para as eleições majoritários, aquelas que elegem senador, governador e presidente, com destaque para esse dois últimos cargos. Não é papel aqui julgar os números, vez que apresentam índices destoantes entre um e outro instituto.
Elemento importante na sondagem do sentimento do eleitor, a pesquisa serve a inúmeros objetivos. Cite-se, por exemplo, a avaliação das campanhas por parte dos candidatos. Mas penso que a mais importante é munir o cidadão de uma informação fundamental.
Sempre importante destacar que as pesquisas constituem uma ferramenta do processo democrático. Quando feita seguindo as normas, livres de quaisquer amarras ou formas de controle intencionado, ela esboça a vontade popular.
Sobre eventuais divergências, é importante atentar para o momento da pesquisa. Há vários estudos e ensaios que confirmam que o eleitor tende a decidir sobre seu voto em conformidade à aproximação do pleito.
Nesse rol, estão aqueles que podem mudar de voto em razão de acontecimentos, mas principalmente estão aqueles que se encontram ainda indecisos. Daí porque variações podem ocorrer, não porque a pesquisa não foi realizada com seriedade.
Como dito acima, ela é um recorte de um momento social e político. Acontecimentos, a exemplo de debates entre os candidatos ajudam o eleitor a se definir na escolha do seu representante, o que molda os números a cada nova pesquisa.
O jogo político-eleitoral começou. A sorte está lançada e os institutos realizando um importante trabalho. Tudo precisando ser feito dentro da normalidade, sem interesses escusos que visem influenciar com fake news à vontade do eleitor. No emaranhando dos números, cabe ao eleitor a escolha daquele que vai representá-lo.
*Juiz de Direito da Comarca da Ilha de São Luís.Membro das Academias Ludovicense de Letras; Maranhense de Letras Jurídicas e Matinhense de Ciências, Artes e Letras.