*Por Osmar Gomes dos Santos
Finalizo (aqui) mais um ciclo muito importante na minha vida, no qual dividi minhas atribuições de julgar com o compromisso semanal de escrever. Paixão que assumi há alguns anos, após flertadas com as palavras em ensaios esporádicos, quase descompromissados.
Ciclo, cuja dedicação é semanal, e a faço há alguns anos, e assim, trago à baila assuntos que possam ter alguma relevância, tais como: trânsito, relacionamento, comportamento, conquistas, problemas sociais. Por vezes, pitadas de um lúdico que foge às aflições cotidianas.
Considero escrever uma arte, não necessariamente no sentido de propor uma perfeição artística como o senso comum parece sempre crer. Mas uma arte de persistir, de errar, de acertar, de propor, fazer algo diferente por meio de provocações que as palavras remetem a cada um.
Escrever é se deleitar sobre o mundo e suas diversas nuances. Não necessariamente sobre uma gramática rebuscada e ortodoxa, mas daquela ao alcance de quem tiver contato com as formações silábicas, que formam palavras e orações em uma semântica que faça algum sentido.
Escritos que, como disse, vejo como arte, mas, sobretudo, quando atende à devoção que se pratica liturgicamente. Basta um noticiário, uma conversa de fila de mercado, um acontecimento no trânsito. Lá vem as ideias a fervilhar na mente, fazendo surgir algo que possa ser dito, que possa ser lido.
Na tela do celular, no teclado do computador ou em alguns papéis de rascunho e um lápis. Tenho até mais apego a este último, sem qualquer necessidade de borracha, bastando traçar uma linha sobre aquela palavra ou expressão que não pretendo mais usar. Isso permite o exercício de, tempos depois, entender o que seria escrito e não foi mais.
Há quem prefira os livros, onde publicam não com tanta frequência, mas que tem o condão de se eternizar. Outros preferem os escritos efêmeros, das questões cotidianas, transcrevendo a realidade tal como ela é a cada dia.
Nessas duas linhas, escolhi por adotar ambas. Além dos escritos semanais, ensaio, obras que juntam um pouco de tudo em um compilado de temas reunidos.Naturalmente quero agradar meu leitor, que ora aprovará um tema, não terá afeto por outro e poderá ter sua atenção atraída para tantos outros.
Esse é o outro lado de onde se encontra o escritor: a livre opção de escolha do leitor. Entretanto, o importante é seguir rascunhando, aprimorando a arte de juntar letras, sílabas, palavras, frases e orações. Acima de tudo, a arte de fazer sentido naquilo que proponho escrever. E o faço com prazer e satisfação, grande parte desses dois sentimentos vieram com a prática diária.
Enxergar o mundo e registrar em traços de uma peculiaridade ímpar, de quem respira o universo à sua volta. Porém, como disse acima: é um ciclo que se encerra. Todavia, justamente por ser cíclico, inicia-se outro; assim como o novo ano que se avizinha. Novos acontecimentos a serem retratados, na esperança de que sejam eles mais positivos do que negativos, frente às desventuras da vida, a serem observados e retratados com olhar ainda mais aguçado e atento.
Que venha o novo ciclo, permitindo ensaiar, escrever e quem sabe reescrever histórias cíclicas e importantes, as quais testemunharemos ou as protagonizaremos.
*Juiz de Direito da Comarca da Ilha de São Luís. Membro das Academias Ludovicense de Letras; Maranhense de Letras Jurídicas; ALMA – Academia Literária do Maranhão e AMCAL – Academia Matinhense de Ciências, Artes e Letras.