* Por Osmar Gomes dos Santos.
Matinha está em festa e não poderia ser diferente, afinal, são 73 anos de constituição enquanto município e algumas décadas a mais de uma história que remonta uma trajetória parecida com a de tantos outros municípios maranhenses.
Tudo começou lá no século XIX, em um movimento iniciado pelos colonizadores Padre João do Lago e o comendador Antônio Alves. Dos engenhos de açúcar Nazaré e Santa Maria, mola da economia naquela época, aos avanços que permitem passos seguros rumo à modernidade.
Cessa a escravidão, no fim daquele século, fazendo com que grande quantidade de pessoas fixassem residência nos arredores dos comércios instalados na estrada de acesso à Viana.
História também escrita pelas mãos de escravos que, além das colônias, também trabalhavam duro nas fábricas de farinha, casas de engenho, etc.
Mata Pequena, fértil, de agricultura fácil, logo se tornou um núcleo residencial.
Com o tempo vieram as conquistas, sendo a emancipação política a maior delas, que abriu as portas a tantas outras que sucederam ao feito.
Neste 15 de fevereiro Matinha completa 73 anos de consolidação de autonomia dos seus quase vinte e quatro mil habitantes.Destacada figura dessa história é João Amaral da Silva, o Juca Amaral, Juquinha, chamado carinhosamente por muitos.Cidadão que não mediu esforços para que Matinha alcançasse sua independência. Reza a lenda que até mesmo uma caneta de ouro fora comprada somente para assinatura do ato emancipatório. Aonde ela foi parar, após a merecida liberdade? Não se sabe, mas ficou o mito a ser contato ao longo das gerações.
Matinha é uma cidade ímpar, mãe de muitos filhos da terra e daqueles que adotou como seus e os recebe sempre com alegria e uma peculiar cortesia. Sou um destes afortunados, tornei-me membro da Academia Matinhense de Ciências, Artes e Letras – AMCAL. Cujo acolhimento, aliás, não é por acaso; tenho ligação umbilical com essa terra do meu coração, embora tenha nascido e vivido meus primeiros anos na vizinha Cajari. Meu pai José Basílio e minha mãe Maria Gomes, assim como meus irmãos que são todos matinhenses. Quis o destino que fosse eu nascer um pouco mais adiante. Entretanto não me furto a oportunidade de alguma forma poder fazer parte da construção desta terra tão querida. Lá tenho muitos parentes; uma grande extensão da família e posso dizer que esta também é minha cidade.
Nesta data tão especial, quero exaltar tua grandeza e a autonomia de um povo que tem na sua origem a marca do trabalho. Legado este que segue vivo, com uma economia que se diversifica e se fortalece a cada ano.
Parabéns pelas suas belezas exuberantes, seus campos verdes e seus lagos pujantes. Parabéns, sobretudo, a toda sua gente acolhedora e vibrante, que faz do sorriso em seu rosto o combustível para seguir adiante.
* Osmar Gomes dos Santos. Juiz de Direito da Comarca da Ilha de São Luís. Membro das Academias Ludovicense de Letras; Maranhense de Letras Jurídicas e Matinhense de Ciências, Artes e Letras.